domingo, 27 de fevereiro de 2011

O dia em que eu dormi na praça

Um dos ditados mais certos que já inventaram é o tal do "Faça o que eu digo, não faça o que eu faço". A teoria das boas práticas, boas maneiras, bons costumes, a gente sabe de memória. O difícil é colocar tudo o que é certinho em prática. No Turismo não é diferente. Tem uma série de coisas que a gente sabe que tem que fazer, antes de afivelar as mochilas. Só pra citar algumas:

1. Se você gosta de viajar com cédulas, leve o dindin mais gordo no doleiro, por baixo da roupa;

2. Deixe o passaporte sempre em lugar seguro (pode ser no próprio doleiro) e não perambulando pela bolsa de mão;

3. Antes de aventurar por terrenos desconhecidos e mais afastados dos centros urbanos, pesquise sobre questões como segurança e horários do transporte público para voltar;

4. Independentemente se está no Brasil ou no primeiro mundo, não dê mole com a câmera de fotos;

5. FAÇA SEMPRE RESERVA DE HOTEL, ANTES DA VIAGEM.

Parei na quinta dica (poderiam ser vinte, trinta ou cem), porque já estava me dando nervoso. Absolutamente todas eu descumpro. Ou, pelo menos, as quatro primeiras. Essa questão de viajar sem reserva de hotel, coisa que eu amava tanto no passado, já me deixou em frias incríveis. Certa vez tive que pagar um hotel em Madrid de 150 euros a diária para uma única pessoinha, porque todas as pousadas de 50 já estavam lotadas. Outra vez, e essa é a mais engraçada, eu me senti os próprios "Bruno e Marrone": Dormi na praça! Literalmente! (A diferença é que eu não era um cara carente e muito menos fiquei "pensando nela...").

Isso foi em Pamplona, em pleno ano 2000. Cheguei super-tarde da noite, absolutamente sozinha, confiando que numa cidade relativamente grande haveria muitos hotéis, pousadas etc. E tinham! Acontece que a cidade estava em festa e absolutamente TODAS as vagas estavam ocupadas. No hay sitio foi a frase que mais ouvi naquela noite fria de final de outono. Busquei pousadas, hoteis melhorzinhos e até o mais aprumado hotel da cidade que me tomaria uma montanha de pesetas. Quando cheguei lá, mochila nas costas (por supuesto), já fui encarada daquele jeito: "O que você está fazendo aqui, ô alberguista?". Quando abri a carteira (sim, abafa o caso, mas as pesetas andavam todas na carteira, e não no doleiro), falei a língua do companheiro: Seguinte, meu amigo. Pago o que for preciso. Até na presidencial eu fico (naquele tom de desespero). E aí, uma lição perfeita do senhor Meu Deus. Dinheiro não vale nada! O cara foi taxativo: No hay habitaciones, señorita. No hay sitio! Ainda olhei com aquela cara de cachorro esquecido na mudança (bem diferente da goga que meti quando abri a carteira cheia de pesetas) e perguntei humildemente se poderia esperar amanhecer no saguão do hotel. Imposible!, me respondeu o nada amável colega.

Deu meia-noite, uma, duas da manhã, nada de vaga. Qual foi a saída? A praça!!!! Dormi no banco de um praça em Pamplona, com todos os meus medos brasileiros (ladrão, estuprador, sequestrador...) e, para minha sorte, o máximo que me aconteceu foi um bêbebo barbudo meio asqueroso me acordar para pedir uma vaguinha no banco (eu prontamente cedi espaço ao companheiro e fui para outro banquinho, geladinho diliça). A polícia, sempre atenta aos ataques terroristas do ETA pela cidade, veio conversar comigo umas três vezes durante a noite. "Vamos para a delegacia. Lá nós temos calefação e um sofá onde você pode dormir". Eu, ein? Polícia para quem precisa de polícia! Muchas gracias aos educados rapazes fardados, mas decidi continuar compartilhando a praça com meu amigo boracho.

Da experiência, sobraram duas lições. A primeira, já citada, é que dinheiro é bom mas, em determinados momentos, não vale nada. E como é saudável lembrarmos disso sempre, viu? A segunda lição foi a tal da viagem sem reserva. Aqui pra nós (que ninguém nos ouça, digo, nos leia), continuo aventurando às vezes, mas só se eu chegar ao destino muito cedinho da manhã (porque sobra o dia todo para peregrinar), ou se estiver com a cabeça virada. Imagine o quanto já me arrisquei... além de Madrid e Pamplona, já fui para Chapada Diamantina sem reserva, Praia do Francês (AL) e até Londres! Isso só para citar alguns destinos. Eu ein? Sai pra lá, doida! Ou eu tô ficando velha, ou aprendi a lição. Na dúvida, não custa nada pegar uma dica com um amigo, ligar para uma agência de viagens da sua confiança ou cascavilhar na internet (nesse caso, sabendo que "ser cobaia", aventurando por um hotel da internet sem dicas de amigos ou profissionais, também oferece seus riscos). Agora, se você gosta mesmo é de aventurar e se sente preso com hotel reservado, vá na paz, irmão! Mas, não esqueça do fair play na hora de dormir na praça.

Beijocas e boa viagem!

Naide

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Hospedagem baratinha nas Oropias

Promessa é dívida. Eis aqui o post sobre hospedagem boa e barata em algumas cidades ícones do turismo na Europa. Falaremos de hotéis com poucas estrelas, suficiente conforto, bastante limpeza, ótima localização e precinhos que só vendo! Imagine o que é ficar a poucos metros da Bastille, em Paris, por exemplo, pagando cerca de 50 euros para o casal, com café da manhã? Fala sério... Essa tarifa barra até as praias mais próximas ao Recife, onde a diária para o casal numa pousadinha dificilmente desce dos 120 reais. Não estamos falando em albergues, com seus quartos, banheiros e cozinhas compartilhadas. As dicas abaixo são de hostels, ou seja, hotéis simples ou pousadas, com quartos privados, a grande maioria com banheiro dentro. Uns mais charmosos, outros nem tanto. O que importa é que a relação custo benefício de todos é ótima.

Por agora, indicaremos lugares bacanas onde se hospedar em Madrid, Barcelona, Granada, Paris, Praga, Veneza, Milão e Londres. Em todos eles, eu e Juanpa estivemos recentemente. Poderíamos indicar outros, em outros destinos, mas acho arriscado sugerirmos um hotel onde estivemos há um, dois, três anos. Muitas vezes muda a administração, ou qualquer coisa assim e... lá estariam vocês numa roubada caprichada! rsss... Estivemos nos hotéis abaixo há pouquíssimo tempo. Ou seja, a probabilidade de quebrar a cara será muito menor.

Indicamos, ainda, que vocês olhem os sites dos hotéis e vejam se fazem o estilo de vocês. Turismo é isso. A gente tem que dormir, comer e visitar aquilo que faz a cabeça da gente, e não o que alguém indica como sendo a última coca-cola do deserto. De toda forma, leiam o pequeno texto que trazemos ao lado de cada hotel e analisem. De nossa parte, recomendamos com força. São lugares muito bacanas, a maioria deles que já voltamos por diversas vezes e outros que descobrimos recentemente e, seguramente, voltaremos.

Mais uma vez, repito: não queremos substituir as agências de viagens. Nós, por exemplo, sempre utilizamos os serviços delas, ora para descobrir hospedagens onde não temos nenhuma dica, ora para pedir orientações aos turismólogos – pessoas especialmente capacitadas para isso - e sempre para comprar passagens. Essa coisa de compra de passagens pela internet pode ser prática, mas muitas vezes gera uma dor de cabeça grande. No máximo, compramos sozinhos apenas os trechos internos. Para isso, no caso da Europa, usamos os serviços da Easyjet (http://www.easyjet.com/), empresa lowcost que tem uma ótima rede dentro do Velho Mundo. Quase sempre sai mais barato voar com eles do que ir de buzu ou trem. Noutras vezes, esqueça essa economia: alguns trechos merecem que você vá de trem, por exemplo, curtindo a paisagem. Mas, isso fica para outro post. Quanto à passagem principal, digo, por exemplo, Recife/Paris ou Recife/Madrid ou Recife/Lisboa... enfim, para essa passagem de maior investimento de tempo e de grana, siga nosso conselho: procure uma agência de viagens. Você estará muito mais seguro em casos de troca de horários, desistências de voo etc. Conte com a ajuda de quem sabe muito mais do que você, simples viajante. Como dica, sugerimos os nossos amigos e parceiros do Espaço Exxperimente (Rua da Hora, 67, Espinheiro. Fones 81 3267.5554 3032.0779), agência de muita responsabilidade e feita por pessoas realmente especiais.

Sendo assim, vamos às dicas de hospedagem:

* Madrid
Hostal Americano - http://www.hostalamericano.es/ * Localizado em plena Puerta del Sol, coração de Madrid (e da Espanha), é um hostel muito simples, meio feiucho, sem qualquer charme, mas muito bonzinho. Ocupa parte de um andar de um antigo edifício. O espaçoso quarto tem banheiro, boa cama, toalhas e lençóis. Não serve café da manhã, mas tem boas padarias pelas redondezas, onde você poderá se deliciar comendo churros con chocolate ou os pãezinhos variados, bebendo um bom café con leche. A Puerta del Sol está servida de umas três saídas do metrô, ou seja, você pode pegar o metrô ainda no aeroporto e descer às portas do seu hostel. Quer mais moleza? No entorno, muito comércio, muitos pontos turísticos, restaurantes e a Gran Via, importante artéria viária de Madrid, com suas lojas, cinemas e teatros. Quanto mais cedo reservar, melhor será a tarifa. A diária pode chegar aos 50 euros para o casal. (Puerta del Sol, 11 – 28013, Madrid. Fone: + 00 34 91 522 28 22 0034 91 522 28 22).

Hostal Bergantín - http://migre.me/3KvLx * Simples, ocupa parte de um andar de um edifício bem antigo. É muito bom de preço e muito bem localizado, embora também não sirva café da manhã. Está numa rua bem pertinho à Puerta del Sol. Ou seja, permanecem as mesmas referências de localização do hostel acima. Como fica numa rua movimentada, com muitos bares, não é recomendável para quem tem sono leve. Esses bares, inclusive, são ótimos. Você acha comida boa, bebida gelada, tapas baratinhas (e deliciosas) e toma uma sangria de primeira. Quanto mais cedo reservar, melhor será a tarifa. A diária pode chegar aos 50 euros para o casal. Como não achamos a página oficial, usamos essa acima, para que vocês vejam fotos. Recomendamos fazer contato direto com eles, via telefone. (Calle Victoria, 1, 28491, Madrid. Fones: +34 915 21 31 15 ou +34 915 21 31 15)

* Barcelona
Hotel Curious -
www.hotelcurious.com * Muito charmoso, limpo, novinho e bem localizado. Está pertíssimo das Ramblas, um dos pontos turísticos mais badalados de Barcelona, da Plaza Catalunya, do mercado central e do Teatro Liceu. O metrô está praticamente na porta. Primeira de luxo. Do aeroporto, ou chega via metrô ou pega o Aerobus e desce na Plaza Catalunya, que fica bem próximo. Serve um ótimo café da manhã. Quanto mais cedo reservar, melhor será a tarifa. A diária pode chegar aos 80 euros para o casal. (Calle Carrer Carme, 25, 08001, Barcelona. Fone: 34 93 301 44 84).

* Granada

Hotel Presidente – http://www.granada-hotelpresidente.com/ * Com instalações novas, é muito central, limpo, ótima cama, uma ducha irreparável e um café da manhã leve, mas suficiente. O hotel é um achado, pois a tarifa é uma pechinha: 45 euros para o casal, café incluso. Como sempre lembramos, quanto mais cedo reservar, mais barato fica. Se Granada não estava em seus planos, aproveitem essa tarifa baixinha e repensem. A linda cidade andaluza é cheia de encantos e vida, a exemplo da Allambra (com sua majestosa arquitetura árabe), a magnífica catedral, os famosos bares de tapas e as cuevas gitanas, com os tablados flamencos (Calle Recogidas, 11, Granada).

* Paris
Tim Hotel Place D'Italie - http://www.timhotel.com/ * Embora não seja exatamente central, está muito bem localizado, pertinho da Place D'Italie, com metrô praticamente na porta. O quarto é confortável, o banheiro excelente e o café da manhã espetacular, coisa rara em Paris. Quanto mais cedo reservar, melhor será a tarifa, que pode chegar aos 70 euros por noite para o casal. A dica é mesmo imperdível. Através do site acima, busque a unidade Place D´Italie (a única que já nos hospedamos), uma vez que o hotel está espalhado por toda Paris.

Hotel de Belfort - http://www.hoteldebelfort.com/ * Embora seja mais simples e antigo do que a primeira opção, é muito bonzinho e está muito bem localizado, pertinho da Bastille. Se você for disposto, chega até lá caminhando, sem qualquer problema. A tarifa é bem agressiva: 60 euros por noite para o casal, com café da manhã. Difícil achar outra dessa, não? Tem metrô bem perto, além de pontos de ônibus e estações de aluguel de bike. Supermercados, bares e restaurantes não faltam nas redondezas. (Rue de Belfort, 22, 75011, Paris. Fone: + 33 (0) 1 43 79 24 14).

* Praga
Hotel Czech-inn –
http://www.czech-inn.com/ * Funciona como albergue e hotel. Embora não esteja exatamente no centro da cidade, chega-se a pé até lá, sem problema. Para os mais preguiçosos, ônibus e bondinho na porta. O hotel tem charme, banheiros maravilhosos (verifique se seu quarto tem banheiro dentro, ou não. Mesmo os coletivos são impecavelmente limpos) e um café da manhã (que é pago por fora, bem baratinho) simplesmente maravilhoso! É um verdadeiro almoço. A tarifa? É uma piada! Apenas 39 euros/noite por casal. Pegue essa dica e conheça Praga, uma das cidades mais lindas de toda a Europa. Lembre-se: quanto mais cedo reservar, mais barato fica. (Francouzská, 76, Praga. Fone: + 420 267267612).

* Veneza
Hotel Ai do Mori –
http://www.hotelaidomori.com/ * Está localizado pertíssimo da famosa Piazza San Marco, em pleno coração de Veneza. O quarto é amplo, limpo, confortável e tem um banheiro impecavelmente limpo. Funciona em duas instalações. Numa delas, você tem a sua chave, entra e sai sem qualquer recepção. É tipo um apartamento alugado, cheio de privacidade e silêncio. Muito, muito bacana. Não oferece café da manhã, mas as opções pelas redondezas são muitas. A tarifa fica no entorno dos 100 euros/noite para o casal, podendo chegar aos 70 ou menos, em baixa estação. Para os padrões de Veneza, está quase grátis. Reserve a longo prazo e pague menos. (Rua San Marco, 658, Veneza. Fone: + 39 0415204817).

* Milão
Hotel Arno –
http://www.hotelarno.com/ * Localizado a poucos metros da estação central de trens, possui quartos amplos e com razoável conforto, embora feiuchos, charme zero. O custo-benefício vale a pena. A tarifa fica no entorno dos 50 euros/noite por casal, sem café. (Via Lazzaretto, 17, Milão. Fone: + 39 026705509).

* Londres
Eaton House Hotel - http://migre.me/3S4ND * Bem pequeno e com poucos quartos, é um achado na cidade da rainha. Baratinho, fica próximo à Estação Victoria e ao Palácio de Buckingham. Dá para bater perna à vontade, depois de curtir uma boa noite de sono numa cama pra lá de confortável. O banheiro não acompanha o conforto do quarto. É mínimo, parece que você está num navio (de quinta) ou avião. Sabe aqueles banheiros onde você faz as necessidades praticamente sob a ducha? É quase isso. Mas, ignore o banheiro mínimo e vá por nós. Vale a pena. A tarifa fica no entorno dos 40 pounds/noite para o casal, podendo baixar, caso você reserve antes. Como última dica, sugerimos que vocês façam a reserva direto com eles, através do e-mail eatonhousehotel@btconnect.com. Além de tudo, o staff é muito simpático. (125, Ebury Street, SW1W 9QU Londres. Fone: + 44 2078248060).

Observação importante:
não temos qualquer ligação – seja afetiva ou financeira – com os hotéis acima indicados. Não recebemos qualquer percentual de comissão ou coisa parecida. Os indicamos porque fomos, gostamos e achamos que merecem. ;)

domingo, 6 de fevereiro de 2011

La España ´globalizada´

Una pequeña introducción para el lector ajeno: La Globo es el equivalente al Todopoderoso de los medios de comunicación brasileños y uno de los más fuertes a nivel no sólo sudamericano, sino también mundial. No en vano, cualquier cosa que emita, a cualquier hora, aglutina tranquilamente a más del 70 por ciento de la audiencia en un país con casi 200 millones de susceptibles televidentes. dicho esto, el lector se hará una idea del nivel de emisión y volumen de movimiento de activos de quienes marcan la pauta y el estilo a seguir por buena parte de los periodistas de este gigante americano.

Pues bien, esta red de canales con una tupida presencia de reporteros a lo largo y ancho de todo el mundo, decide emitir el viernes por la noche un espacio especial de hora y media dedicado a España. El espacio 'Globo Repórter', uno de los más afamados del canal por la calidad de sus contenidos, por su despliegue de medios y el acabado de sus emisiones, parecía aprovecha el tirón que va a tener ahora mismo España con la apertura de nuevas rutas (al menos en Pernambuco ya están explotando la recién estrenada linea entre Madrid y Recife). La cosa prometía. Toda la semana emitiendo promocionales que, sin embargo, deberían haber advertido al escéptico que suscribe de lo que iba a ser finalmente: una muestra de rancia tradición turística española, al más puro estilo tardofranquista. Sólo faltaron las suecas luciendo biquini en Marbella.

Dicho de otra manera y sintetizando mucho. La reportera en cuestión abre el reportaje con una especie de debate sobre toros sí o toros no, dando a entender, con sus lágrimas de cocodrilo, la pena por ver a una manada de utreños listos para salir al ruedo. Aunque tampoco se manifiesta claramente en contra de las 'toradas'. El resto del documental apenas sale de Madrid -y entornos de Las Ventas-, Barcelona -con "exclusiva" grabación en la Sagrada Familia y poco más aparte de los entornos de la Monumental-, o Sevilla, para mostrar, eso sí, los encantos del arte musulmán también en Granada. ¿Retomamos? España, salvo una honrosa visita a la Universidad de Salamanca, no pasa de ser para la mayor tele brasileña un poco de Madrid, Barcelona, Andalucía, paellas y flamenco.

Lo que se olvidaron.
Ahora es el momento de enumerar qué faltó. Por lo menos un poco: Ya que vas por Madrid, primera parada de cualquiera que se mete casi 10 horas de avión trasatlántico, no dejes de conocer, por ejemplo, el museo del Prado. Suena un poco heavy dar este consejo, pero considero la mayor pinacoteca del mundo un buen punto de partida para conocer el llamado 'Madrid de los Austrias', el casco histórico de los siglos XVI y XVII. Unos austrias (lso reyes Carlos V y Felipe II en adelante) a quienes debemos precisamente el comienzo de aquella colección pictórica. Porque la Villa y Corte ya era grande antes de la llegada de la reurbanización de Carlos III. No voy a escribir, al menos hoy no, nada sobre rutas tanto culturales como gastronómicas de la capital de España. Y de lugares cercanos, agradeciendo de antemano que fueran al menos para una capital del norte, señalaría, como otro de los básicos Toledo. Por no hablar de los distintos castillos y palacios que circundan la provincia madrileña como el Alcázar de Segovia (provincia donde tenemos también los palacios de Riofrío, pabellón de caza inigualable, o La Granja y sus mágicos jardines) o Aranjuez... En fin, que como entremés para ir conociendo España fuera de Madrid, va sirviendo.

Ahora bien, sin desmerecer el sur o el Levante, es de justicia hablar de todo el norte y parte del centro. Porque los de la Globo se olvidaron -o precisamente por eso- de que España es frontera con Portugal. Desde Extremadura (muchos de cuyos lugares, como Albuquerque, son hoy apellido numerosas veces repetido en Brasil) y su legado romano, bordeando el Guadiana y el Tajo hasta llegar al Duero y, a partir de ahí, hasta la desembocadura compartida del Miño en La Guardia y el castro celta de Santa Tecla. Eso es parte de lo que se dejaron en el tintero.

Y hablando de celtas y romanos, cómo no echar una ojeada por los montes cántabros, donde, aunque aún poco difundidos, los restos de los pueblos prerromanos son más que evidentes. La Cornisa Cantábrica tiene mucho de eso y de otras culturas que, sin ser musulmanas (al parecer con más tirón turístico) han sembrado España de patrimonio aún conservado hasta hoy. Por poner un ejemplo, y arrimando el ascua a mi sardina, Palencia o Burgos, donde se la mayor concentración de arte románico de toda Europa. Y siguiendo con estilos para mi gusto, más imponentes que el de cualquier mezquita, ¿por qué no hablar también de las catedrales góticas que, desde León hasta Sevilla, pasando por cualquier capital de provincia y pueblo mediano, no tienen nada que envidiar ¡ni mucho menos! a Notre Dame de París? Pero como decimos, eso no interesa. Está en el frío norte donde, al parecer, no llega el interés de los brasileños. O eso parece hasta que uno se pone en marcha rumbo a la catedral románica de Santiago de Compostela y se encuentra con la agradable sorpresa de no parar de conocer 'brasucas', unos siguiendo las palabras de Paulo Coelho, otros procurando metas concretas en uno de los tres grandes centros de peregrinación religiosa del mundo.

Más ejemplos de que, igual que Brasil no es sólo fútbol y samba, España no es sólo toros y flamenco. O por lo menos, no sólo toros dejándose la sangre en el albero, que a lo largo de toda la Península Ibérica (por algo conocida también como la piel de toro) la cultura taurómaca es algo fundamental. Podría escribir largo y tendido al respecto, pero creo que con esta aproximación, por ahora, . En cuanto al baile, decía la presentadora que todos los españoles vibran con el flamenco. De acuerdo, esa es una guerra perdida desde el mismo momento en que cualquier guiri viene buscando explícitamente ser 'asaltado' para entrar en alguna de esas cuevas granadinas para que le suden encima y le endilguen un fino aguado para pasar el sofocón. La jota, el paloteo, las muñeiras, el aurresku... Nada tienen que hacer frente a eso, aunque la mitad de los españoles no sintamos la menor vibración por el baile típico del sur y sus volantes al vuelo.

Y así, durante horas y horas podría seguir escribiendo, sobre la arquitectura industrial de los grandes polos del norte, del modernismo (también el de Gaudí, por descontado, más allá de la Sagrada Familia), del barroco rural y de los monasterios perdidos en las junglas bendecidas por Breogán, de los románticos bulevares y las fachadas de miradores verdes dando al Golfo de Vizcaya o el Cantábrico... Mentando las grandes riquezas culturales propias de castellanos o aragoneses, del tesoro natural que se esconde en las tierras de Navarra, de la gastronomía y, sobre todo, la enología riojana... Pero dejo para eso una segunda, una tercera y una cuarta o quinta parte del documental de la Globo reporter brasileña. Seguro que nos quería dejar con la sorpresa, hablando primero de lo fácil como antesala de lo que, tampoco nos engañemos, es aún una asignatura pendiente de los españoles: saber dar a conocer como se merece esa otra España que no sale -por ahora- en la 'globalizada' tele brasileira.

Europa é barata e eu gosto!

Visitei a Europa pela primeira vez no século passado, mais precisamente no ano 2000. Com passagens pelo Brasil e países vizinhos, estreava fora da América do Sul sozinha, mochila nas costas e um diferencial apavorante: aos vinte e poucos anos, estava a caminho do inverno num Velho Mundo distante, que o povo me dizia: era caro, caro, caro. Para complicar a vida da brazuca pernambucana, as moedas eram várias. Escudos, Pesetas, Francos... tudo apertado, embrulhado ou, como dizem os descolados, tudo junto e misturado no meu doleiro sob a roupa. Nunca fui boa em administrar, contar, guardar dinheiro. Imagina converter moedas e, principalmente, gastar pouquíssimo nos 48 dias que ficaria pelo continente? Era a treva! Mas, fui em frente para cumprir a árdua tarefa.

Os primeiros passos foram dados em terras lusas. Encatada com o Tejo, as praças, os pastéis de Belém e os vinhos, ora pois, comecei a gastar meus Escudos suados. Era um pinga-pinga que só vendo. Gastava com uma pena danada e era pega no susto de estar pagando muito menos do que eu previa. Parti para a cidade de Madrid alguns dias depois, ainda convivendo com a surpresa: eu tinha comido bem, bebido bem, conhecido todos os principais pontos turísticos de Lisboa e estava cheia de Escudos para trocar por Pesetas, moeda que ditaria as ordens nos próximos dias.

Algumas horas depois, em alguma casa de cambio espanhola, trocava os Escudos restantes e começava a gastar mis pesetas queridas para conhecer a cidade que roubou meu coração de nova-visitante-européia. Ah, Madrid... passeei pela cidade, comi as melhores tapas, provei paellas (algumas sofríveis, outras inesquecíveis), almocei, jantei, paguei uma pousada tão bacana que até hoje, onze anos depois, costumo voltar. O dindin apertado, tadinho, dava pra tudo isso e ainda sobrava para ligar para casa, dizer aos pais que estava viva, curtindo os (então) mais felizes dias da minha vida. A pergunta da velha era sempre a mesma: e o dinheirinho, minha filha? Tá dando? Tá tranquilo, mainha! Depois veio o Caminho de Santiago de Compostela, Barcelona.... e a volta para casa com o doleiro cheio.

Pois, após esse prelúdio enorme e voltas e voltas para essa Europa que tanto amo, eu declaro, sem medo de errar: Europa é barata e eu gosto!!!! Se você ainda não teve a oportunidade de visitá-la, esqueça os mitos de que o continente é caro e inacessível. Essa mentira é tão grande quanto a que diz que os europeus são frios, ou os franceses chatos. É mentira! É tudo mentira! A depender do estilo que você dará para a sua viagem, você pode gastar mais caro numa aventura pelo próprio Nordeste brasileiro. Para gastar pouco, basta você se programar, buscar lugares bacanas e baratos para ficar (sim, eles existem de rodo! E não estou falando apenas nos albergues!), escolher os melhores lugares para comer e ficar de olhos abertos para as dicas de quem já passou pelos cantinhos que você está disposto a conhecer.

Com o tempo, postaremos textos com dicas de diversos lugares da Europa e vocês verão a lenda do continente para milionário cair, dia após dia. Na Europa você pode comer bem, beber bem e gastar pouco. O mais caro até hoje sempre foi a passagem. Até um dia desses, a exceção dos voos charters (alguns um verdadeiro achado e outros, barcos furados sem tamanho), os pernambucanos só tinham uma boa opção para a travessia do Atlântico, a TAP, empresa aérea portuguesa muito boa (prato em que já comi - e comerei - tantas vezes). Eles são bons, muito bons. Mas, para nos levar ao Velho Mundo, pagávamos de 2 mil reais para cima. Hoje, com a chegada da Ibéria, os custos baixaram para menos de 1,5 mil reais, tarifa inferior ao deslocamento para alguns destinos brasileiros.

Ou seja, companheiro: se você já visitou a Europa, gastou muito e curtiu muito, valeu! Parabéns pra você. Se doeu no bolso e quer repensar esse gasto todo para a próxima vez, saiba que é possível. E nós, *viajantesprofissa*, modéstia à parte experts no destino Europa, estaremos à disposição para que vc gaste menos e aproveite mais. Se você ainda não conhece o Velho Mundo, programe-se. Pare de sonhar e parta para a prática. Esteja certo de que sim, a Europa é possível, linda e... barata. Quem está falando isso é uma jornalista, de classe média, filha de pais de classe média e que hoje viaja a Europa sem medo, pronta para viver uma experiência inesquecível a cada dia. Vá por mim: é só saber gastar.

Boa viagem! Beijocas,

N.



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Primeira viagem

Hello, viajantes!

Coisa nova, totalmente inesperada. É assim que a gente gosta e é assim que está nascendo este blog.

Me chamo Naide, sou jornalista, brazuca pernambucana, e amo viajar. Decidimos, eu e meu marido Juanpa Ausín, outro viajante inveterado, criar esse blog para compartilhar com os amigos dicas de viagens, hotéis, pousadas, destinos, pessoas e coisas bacanas pelo mundo. A ideia nasceu porque sempre estamos sentando com um amigo ou outro para repassar dicas de viagens, onde ficar, para onde ir... isso há muito tempo. Precisamente nesses últimos dois meses, a coisa ficou mais intensa, em função da abertura do voo Ibéria Recife/Madrid/Recife, que está levando toneladas de brazucas para a terra de Cervantes (e do meu Juanpa) de forma baratinha, baratinha. Como a Europa é um destino que nos encanta e meu maridão é espanholito da gema, não deu outra. Viramos os guias de viagens de um monte de gente. Só esse mês, estamos enviando 14 pessoas para as mesmas pousadas na Europa, todas no mês de março (eles bem que podiam fazer uma big farra juntos por lá).


Nosso lance é indicar lugares por onde já passamos e que entendemos que merece a sua visita. Muitas dessas dicas serão destinadas a quem gosta de viajar bem, gastando pouco (como nós). Outras, para quem está disposto a pagar mais um tantinho, serão cheias de luxo e riqueza (na maioria delas viajamos a convite... rssss...). Se vai gastar muito ou pouco, não importa. Uma coisa é certa: se tem um dindin sobrando, não existe melhor forma de gastá-lo. É viajar e ser feliz! E se depender da gente, você vai viajar muito!

Um ponto fundamental e esclarecedor: eu e Juanpa não queremos, em nenhum momento, substituir as agências de viagens!!! Elas oferecem turismólogos especialmente capacitados a auxiliá-los em suas viagens, seja na compra de passagens, hotéis ou escolhas de destinos. Somos apenas jornalistas e viajantes e nossas dicas são absolutamente amadoras. Nós, inclusive, aconselhamos a que você procure uma boa agência para arrematar as dicas do blog. É assim que nós sempre procedemos quando viajamos.

É isso aí. O post é curtinho. Apenas uma apresentação. Logo virão os próximos. Beijocas e boa viagem!

Naide

*****

Bienvenido trotamundos.


Creo que no hace falta que me presente mucho más. Naide, mi mujer y arribafirmante, ya ha dicho lo fundamental, por ahora, de quiénes somos y lo que hacemos. Efectivamente, como seres itinerantes parece que el destino no era otro que hacer cierto el dicho de que 'arrieritos somos, y en el camino nos encontraremos'. Han pasado ya tres años -o casi- desde aquel primer encuentro en las sendas que van a dar a Santiago y, cosas de la vida, afrontamos ahora un camino mucho más largo. Y como parte del mismo, decidimos ya hace tiempo compartir las experiencias vividas en los distintos cantos visitados. Es el momento de hacerlo realidad.

Lejos de nuestra intención está el adoctrinar en las rutas, dogmatizar acerca de los destinos o dirigir tus pasos por la huella de los nuestros. Si ahora mismo estás leyendo esto, o es por curiosidad o por lo mismo por lo que ya unos cuantos amigos nuestros han acudido a nosotros para saber qué hicimos en tal o cual ocasión. Léanse estos párrafos como un relato de nuestras aventuras tanto como una relación de consejos que cada uno pueda aplicar en el futuro en mayor o menor medida.

Más allá, es de destacar cómo el mundo se globaliza, así que será cuestión de que los que ya viajaron y vieron, muestren caminos a los que, cada vez en mayor número, tienen esas mismas ansias que nosotros de gastar suela de zapato, echar horas de traqueteo o vuelo y marcar una equis más en el mapa de su vida. Y eso va por ti también. Aquí se viene a participar y como nosotros aún tenemos mucho mundo por ver, aceptamos tus consejos y secretos.


¡Te esperamos!

Juanpa